Mary Shelley

Mary Wollstonecraft Shelley (1797-1851) passou à posteridade à sombra do marido, o poeta romântico inglês Percy Bysshe Shelley, mas acima de tudo à sombra de sua maior criação literária, o monstro do romance “Frankenstein; ou: O Prometeu Moderno”, de 1818. Foi publicado de forma anônima, por causa do medo de Mary de perder a custódia dos filhos. “Frankenstein” sempre foi um romance transgressor.

A vida de Mary se deu sob o signo do ideal romântico do século XIX, marcado pela exploração da noção de “eu” — uma exploração perigosa, a qual Mary Shelley personificou de modo eloquente.

O seu pai foi o filósofo político William Godwin, e sua mãe, a ativista feminista Mary Wollstonecraft. Aos rígidos padrões da época, a vida de Mary Shelley foi marcada pelo escândalo. Em 1814, aos 15 anos, tornou-se amante de um homem casado, Percy.

Os jovens amantes fugiram à França para viverem o amor proibido, casando-se em 1816, após a morte da esposa do poeta. Mary teve uma vida marcada por tragédias, como a morte prematura de três de seus quatro filhos, além da morte de Percy, em 1822, num acidente de barco durante uma tempestade. Mary Shelley faleceu aos 53 anos, provavelmente de câncer no cérebro.

Durante um século, Mary Shelley foi mais conhecida como a esposa do poeta, do qual editou e promoveu a obra, do que como autora. Uma reavaliação crítica da romancista de “Frankenstein” se deu apenas a partir da década de 1970. Porém, ainda hoje paira uma confusão quanto à identidade do título da obra-prima de Mary Shelley, “Frankenstein”, que para muita gente é o nome da criatura — quando na verdade o título é uma alusão ao seu criador, o doutor Victor Frankenstein. À criatura monstruosa, que permaneceu sem ser nomeada na obra, Mary chamava, de forma entre carinhosa e divertida, “meu filho medonho”.

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