Imagine uma mistura de romancista erudita (uma espécie de Virginia Woolf) com uma pitada de celebridade que morreu jovem, como o ator James Dean. E depois acrescente uma porçãozinha de mistério à la Thomas Pynchon (o recluso autor norte-americano, do qual só se conhece uma foto da juventude). Pronto! Você tem uma dimensão razoavelmente aproximada do que foi a persona de Charlotte Brontë.
Nascida na bucólica região de Yorkshire, no norte da Inglaterra, em 1816, Charlotte foi poeta e romancista. O pai era um sóbrio reverendo, Patrick Brontë.
Depois de ver o primeiro romance recusado por várias casas editoriais, Charlotte Brontë alcançou a fama com a sua segunda obra, “Jane Eyre”, em 1847.
O romancista W. M. Thackeray, que gozava então de enorme sucesso com “Feira das Vaidades”, comentou que não conseguira desgrudar do livro, chorando em diversas passagens.
Os críticos reconheceram o gênio literário de Brontë. Mas o louvor deu-se sob o manto do anonimato: Charlotte assinava suas obras sob pseudônimo masculino, Currer Bell, o que era de praxe na época entre as escritoras. Mas o público, inquieto, não cansava-se de indagar: ‘Quem é Currer Bell?’. À boca pequena, diversos críticos diziam suspeitar tratar-se de uma mulher. Incomodada, Charlotte tentou revelar sua verdadeira identidade. Porém, em 1855, veio a notícia chocante: ‘Currer Bell’ havia morrido. Charlotte faleceu aos 38 anos de complicações durante a gravidez — ela havia se casado um ano antes. Foi uma comoção na época.
O mistério sobre a sua identidade se desfez definitivamente quando, em 1857, a romancista Elizabeth Gaskell lançou a biografia “A Vida de Charlotte Brontë”. Terminava o mistério, mas não o fascínio em torno da romancista, que se tornou desde então uma das figuras mais estudadas da literatura inglesa.
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