Conheça quem foi, segundo Aristóteles, “o mais trágico dos poetas”
Com precisão, pouco se sabe a respeito da vida de Eurípides. Grande parte das informações são tradições que foram transmitidas ao longo dos séculos. Sabe-se que nasceu por volta do ano 480 a. C., em Salamina, na Grécia.
Há uma tradição que diz que o pai de Eurípides tentou tornar o filho atleta, em respeito a um oráculo que teria dito que ele ganharia “coroas de vitória”. Não foi como atleta, entretanto que ele seria coroado, mas como dramaturgo: Eurípides foi cinco vezes vencedor do Dionysia — festival de teatro que premiava o melhor autor. Esses cinco prêmios, no entanto, são poucos, se comparados aos 18 que Sófocles ganhou.
Eurípides, de fato, não era o mais amado dos dramaturgos gregos. Seu estilo era pouco convencional para o público ateniense. Aristófanes, por exemplo, considerava Eurípides subversivo e via nele o fim da tragédia grega. Sua obra é marcada por um individualismo que contrasta com as tragédias de Ésquilo. Como sintetiza Otto M. Carpeaux: “Na tragédia esquiliana, os heróis representam coletividades; na tragédia euripidiana, são indivíduos”.
Das 90 peças que compôs, apenas 18 sobreviveram até os nossos dias. É possível que seu estilo sentimental e pessimista seja um reflexo de sua própria vida. Eurípides se casou duas vezes e suas duas esposas o traíram. Ele teria, então, se tornado uma pessoa reclusa, dedicando-se ao estudo e à contemplação da natureza.
Segundo uma antiga suposição, no fim de sua vida, Eurípides teria se retirado para a corte do rei Arquelau, na Macedônia, onde morreu em 406 a. C. O dramaturgo deixou para trás grandes obras, como Ifigênia em Áulide e Ifigênia entre os Taúrios, já lançadas pelo clube.