Conheça a história de uma quase amizade
Sabe quando conhecemos uma pessoa interessante, com amigos e assuntos em comum, certa admiração e bastante simpatia, mas de quem, por motivos insondáveis, não conseguimos nos aproximar e criar amizade?
Algo parecido aconteceu com dois ilustres alemães: Beethoven e Goethe.
Beethoven admirava profundamente as obras de Goethe, tanto que musicou a tragédia Egmont, e Goethe fez incontáveis elogios ao gênio de Bonn.
Os dois se conheceram em 1812, em Teplitz, cidade famosa por suas águas termais. À primeira vista, não foram muito com a cara um do outro. Goethe não simpatizou com o destemperamento do músico, e o músico não simpatizou com o amor do escritor pela atmosfera luxuosa da corte. E pior: os dois registraram em cartas a amigos a ojeriza que sentiram um pelo outro.
Certo dia, andavam juntos ao redor do castelo da cidade e viram que a Imperatriz caminhava com sua comitiva do outro lado da rua. Goethe praticamente arrastou Beethoven para que cumprimentassem a soberana. O escritor a cumprimentou com grande reverência. Beethoven, que não era muito fã da nobreza, firmou o chapéu na cabeça e cruzou os braços, esnobando a Imperatriz.
Goethe ficou horrorizado com a desfaçatez do músico e naquele momento a tentativa de aproximação entre os gênios alemães foi abortada. Beethoven chegou a tentar reatar a relação, mas nunca foi correspondido. Depois daquele incidente, nunca mais se encontraram.
Ficamos nós, espectadores, a imaginar que obras, que clássicos não poderiam ter surgido se houvesse uma longa e tranquila amizade entre os dois!