Camões e Cervantes

Soldados, poetas, aventureiros. Traços que marcaram as vidas de dois grandes escritores: Luís de Camões e Miguel de Cervantes.

Ao retornar do cativeiro em Argel, Cervantes foi a Lisboa buscar o favor do rei Felipe II, cuja corte estava instalada em Portugal. Cervantes guardou boas lembranças de Lisboa: na obra Los Trabajos de Persiles y Sigismunda o escritor louva a beleza das mulheres portuguesas, a piedade dos religiosos e a dulce y agradable língua portuguesa.

Camões escreveu poemas em espanhol e foi neste país, a mando do mesmo Felipe II, que sua obra foi difundida após sua morte. Assim como o castelhano, Camões foi soldado, carregou por toda vida um aleijão de guerra e não alcançou favores da nobreza.

Tendo falecido em 1580, o português não pôde ler as obras de Cervantes. O espanhol, por sua vez, leu Camões, a quem chama de “excelentíssimo” (D. Quixote, Parte II, Cap. LVII).

Camões e Cervantes tiveram vidas atribuladas, mas, mesmo padecedendo os infortúnios da guerra, da prisão, dos naufrágios, tornaram-se os maiores expoentes de suas línguas e produziram clássicos universais.

No Clube, publicamos com exclusividade a majestosa tradução de Dom Quixote realizada por outro grande português, Aquilino Ribeiro.

Total
0
Shares
Anterior
Inimigos nada cordiais

Inimigos nada cordiais

Conheça a história da inimizade entre dois gigantes da literatura em língua

Próximo
Fernando Pessoa

Fernando Pessoa

Helen Caldwell dizia, com certo ar de escárnio, que só os anglófonos eram

Você também pode gostar
Total
0
Share