Virgínia Woolf e o Grupo de Bloomsbury

Sexo, literatura e chá das cinco

Você já ouviu falar do Grupo de Bloomsbury, do qual fazia parte Virginia Woolf? Antes da contracultura, nos anos 1960, não houve um movimento tão forte de rebelião social aliado à criatividade artística quanto ele no século XX.

Composto por artistas e intelectuais britânicos, o grupo foi fundado pelos irmãos de Virginia Woolf, Vanessa e Thoby, em 1905. Após o falecimento do pai, Vanessa e Thoby fixaram residência em Londres, num distrito chamado Bloomsbury. Em seguida, Virginia juntou-se a eles, mudando-se também à nova casa.

Era um grupo de discussão de ideias. Inicialmente, talvez rescaldo da Inglaterra vitoriana, havia rígida separação de sexo nas reuniões: Vanessa reunia as moças às quintas, e Thoby os rapazes às sextas. Porém, em 1906, Thoby faleceu de febre tifoide, aos 26 anos. Os grupos, até então separados, se uniram. E esta união causou uma ignição criativa.

Foi a partir de então que o Grupo de Bloomsbury alcançou a proeminência que tem, congregando romancistas, como E. M. Forster, críticos de arte, como Clive Bell (que depois casou-se com Vanessa), o biógrafo Lytton Strachey, o ensaísta Leonard Woolf (futuro marido de Virginia), a romancista Katherine Mansfield, até mesmo o economista John Maynard Keynes. Ah, e claro, Virginia.

O grupo também ficou conhecido pela liberalidade sexual. O pintor pós-impressionista Duncan Grant, amante de Keynes, também teve um relacionamento com Vanessa. Katherine Mansfield era abertamente bissexual. E Keynes surpreendeu a todos quando se casou com a bailarina russa Lydia Lopokova, pois sua vida homossexual era agitadíssima até a chegada da moça.

Quanto a Virginia Woolf, ela foi amante da também romancista Vita Sackville-West. Mesmo após as duas se casarem (com homens), continuaram se relacionando com mulheres fora dos matrimônios.

O espírito transgressivo do grupo, pelo jeito, não se limitou às searas da arte e da alcova, mas também a da mesa. Além do tradicional chá das cinco, não se dispensava o café, que embalava as madrugadas agitadas desse grupo icônico.

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