A importância dos clássicos segundo Harold Bloom

Hoje, entraremos nas profundezas da visão singular de um dos críticos literários mais renomados do século XX: Harold Bloom. Sua perspectiva acerca da importância dos clássicos é uma jornada fascinante que nos conduzirá através do tempo, explorando os alicerces da literatura que moldaram e continuam a moldar nossa compreensão do mundo.

Harold Bloom, nascido em 1930, foi um crítico literário, teórico e professor universitário norte-americano, conhecido por sua paixão pela literatura clássica e sua defesa incansável da leitura dos grandes mestres. Sua obra “O Cânone Ocidental”, publicada em 1994, é um monumento intelectual que examina o legado literário que perdura através dos séculos.

Bloom acreditava que os clássicos não são meramente um conjunto de obras antigas e veneráveis, mas sim um conjunto dinâmico de textos que dialogam uns com os outros ao longo do tempo. Ele argumentava que a leitura dos clássicos não é um ato nostálgico, mas uma busca incessante por compreensão e autoconhecimento. Segundo Bloom, a literatura clássica oferece um espelho através do qual podemos contemplar a complexidade da condição humana.

[…] os clássicos não são meramente um conjunto de obras antigas e veneráveis, mas sim um conjunto dinâmico de textos que dialogam uns com os outros ao longo do tempo

Ao abraçar os clássicos, mergulhamos em um diálogo intergeracional, conectando-nos a pensadores e artistas que moldaram as fundações do pensamento e até o sentimento humano. É uma jornada que transcende o tempo e o espaço, proporcionando-nos insights universais sobre amor, poder, moralidade e a natureza efêmera da existência.

Para Bloom, a leitura dos clássicos é um ato de resistência contra as tendências efêmeras da cultura contemporânea. Em um mundo saturado por modismos e distrações, os clássicos oferecem um refúgio intelectual, uma fonte de estabilidade em meio ao caos da sociedade moderna. Eles nos desafiam a transcender as limitações de nossa própria perspectiva e a engajar-nos com ideias que resistiram ao teste do tempo.

a leitura dos clássicos é um ato de resistência contra as tendências efêmeras da cultura contemporânea

Além disso, Bloom enfatiza que os clássicos não são imutáveis; eles estão em constante diálogo conosco. Cada leitor traz uma nova interpretação, uma nova camada de significado para essas obras atemporais. A cada leitura, os clássicos se renovam, enriquecendo-se com as experiências e perspectivas únicas de cada indivíduo.

A visão de Bloom sobre a importância dos clássicos vai além da mera nostalgia acadêmica. Ele acreditava que, ao nos envolvermos com essas obras, estamos participando de uma conversa global que transcende fronteiras e diferenças culturais. Os clássicos, segundo Bloom, são a língua comum da humanidade, uma linguagem que conecta leitores de diferentes épocas e lugares.

Em última análise, a mensagem de Harold Bloom é clara: os clássicos não são relíquias empoeiradas do passado, mas sim faróis que iluminam o caminho do presente e do futuro. Ler os clássicos não é apenas uma jornada ao passado, mas uma imersão na riqueza da experiência humana, um diálogo atemporal que nos desafia, inspira e transforma.

Portanto, caros amigos do Clube de Literatura Clássica, ao abraçarmos os clássicos, não estamos apenas celebrando o que foi, mas também participando ativamente do que é e do que está por vir. Nas palavras imortais de Harold Bloom, os clássicos são “um modo de ser”. E, ao nos tornarmos leitores dessas obras-primas, estamos, de fato, moldando o curso da nossa própria jornada literária e, por extensão, da nossa compreensão do mundo e de nós mesmos.

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