Graças a centenas de estudos biográficos, sabemos muito sobre a vida de Fiódor Dostoiévski. Nascido na periferia de Moscou em 11 de novembro de 1821, o autor é descendente de famílias de clérigos e comerciantes. Contrariando a educação iluminista e francesa em voga à época, Dostoiévski foi iniciado na religião cristã e instruído em língua, literatura e história russas. Em 1836, foi enviado pelo pai a Academia de Engenharia Militar, em São Petersburgo, e formou-se em 1843.
Passou, então, a dedicar-se à escrita, publicando Gente Pobre em 1846. O crítico Vissarion Belinsk e o escritor Aleksandr Herzen elogiaram o romance efusivamente, abrindo as portas dos círculos literários e revolucionários para o escritor. Dostoiévski começou a publicar em jornais e revistas, e integrou um grupo revolucionário que imprimia e distribuía clandestinamente livros considerados subversivos pelo regime czarista. Em 1849, foi preso e condenado à morte por fuzilamento, mas, no minuto derradeiro, recebeu um induto, e a pena foi comutada em trabalhos forçados na Sibéria.
Após cumprir a pena, teve todos seus direitos de cidadania restaurados, inclusive o de publicar. Tornou-se, por isso, profundamente grato ao czar Nicolau I. Nas décadas seguintes, viajou pela Europa ocidental, casou duas vezes, lutou contra o vício em apostas, sofreu de epilepsia e, pressionado por dívidas enormes e dividido entre mandamentos cristãos e ideais revolucionários, escreveu freneticamente.
Morreu aos 59 anos, em São Petersburgo, devido a problemas pulmonares. Ainda hoje, 141 anos após o encerramento de sua vida terrena, a obra de Dostoiévski segue causando grande impressão em todos que, de boa vontade, buscam conhecê-la.