1. Lima Barreto foi o autor homenageado durante o mês de julho de 2020 no Clube de Literatura Clássica.
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Grande romancista, dedicado à sátira social, sua própria época não viu talento equivalente na literatura latino-americana.
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Conhecido como repórter letrado e revoltado contra o parnasianismo acadêmico, Lima Barreto foi um escritor visionário que entendeu o Brasil de maneira única.
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Por isso, resolvemos levar esse autor singular e três de suas grandes obras até a casa de nossos assinantes.
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As três obras do mês são as seguintes:
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– Recordações do Escrivão Isaías Caminha;
– Triste Fim de Policarpo Quaresma;
– Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá.
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Tais títulos foram cuidadosamente selecionados para compor a sua biblioteca de clássicos para deixar de herança.
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Junto com o livro, nosso box contém, ainda:
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– Um marca-páginas dedicado à obra;
– A obra “Os Bruzundangas”, do mesmo autor.
2. “Entre nós tudo é inconsciente, provisório, não dura.”
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O Major Quaresma e o General Albernaz vão a um dos subúrbios do Rio em busca de uma preta velha conhecedora de cantigas tradicionais.
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Atravessam uma região repleta da história dos tempos d’El-Rei D. João – mas sem o saber e sem se importar, uma vez que o lugar pouco conserva daqueles tempos.
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Ao encontrarem a velha, perguntam do que ela ainda se recorda: “Quá, ioiô, já me esqueceu.”
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Não se lembrava senão de uma cantiga de ninar…
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O próprio Lima Barreto não foi poupado desse mal. Escritor visionário, entendeu o Brasil com olhar profundo. Denunciou nossos vícios fundamentais, escancarou nossas grandes mazelas, para ser ignorado e esquecido. Pregou à gente surda e endurecida. O Brasil visto e acusado por Lima Barreto praticamente não mudou – tudo entre nós continua inconsciente e provisório, nada dura.
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E deixamos um escritor que tanto tem a nos ensinar na sarjeta da indiferença.
3. As imagens escolhidas para compor o marcador de página que acompanham o box são do pintor e desenhista holandês Albert Eckhout, que acompanhou uma das comitivas que aportaram no Brasil em 1637 com a missão de retratar a nova terra para que o velho mundo a visse.
Essas pinturas do Brasil de outrora são, assim, mais do que adequadas para ilustrar o nosso primeiro box totalmente dedicado à literatura brasileira e que foi cuidadosamente desenvolvido para os nossos assinantes.