Elementos do Paraíso Perdido do Clube – I

Alguns elementos do Paraíso Perdido publicado pelo CLC

1. Considerada uma das maiores obras da literatura inglesa do século XVII, a obra cuidadosamente selecionada em agosto de 2020 é uma das poucas epopeias que ainda se leem com admiração sincera.
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PARAÍSO PERDIDO, do britânico John Milton, faz parte da coleção dos assinantes do Clube de Literatura Clássica que nos acompanham desde o começo.
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O tema dessa obra é um dos mais importantes: a criação do homem, a queda de Adão e Eva, a expulsão do Paraíso e o panorama visionário da história humana inteira. Uma qualidade especial distingue Paraíso Perdido das demais epopeias: a força dramática da caracterização das personagens.
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As figuras sobrenaturais das personagens, de tamanho sobre-humano, movimentam-se em paisagens inesquecíveis, como o céu, inferno e paraíso terrestre.
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Assim, Milton é por muitos considerado o Dante inglês e um dos artistas mais conscientes da literatura inglesa.
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Não é à toa, portanto, que este clássico virá acompanhado e complementado do trabalho realizado por três grandes artistas que se dedicaram a ilustrar a obra: William Blake, John Baptist Medina e Gustave Doré.
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A epopeia de Milton dispõe sabiamente dos ritmos e da música das palavras. E a sua poesia saiu a caminho de um mundo cinzento, assim como Adão e Eva saíram do Paraíso.
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Nesse box você receberá:
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– Paraíso Perdido, de John Milton (em capa dura, como sempre) e + de 950 notas;
– Livro com as ilustrações de Medina, Doré e Blake;
– Marca-páginas na temática da obra.
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2. Quando Shakespeare morreu, em 1616, Milton ainda estava por completar oito anos. No entanto, apesar de estarem tão próximos no tempo, quanta diferença entre a linguagem e o estilo dos dois poetas! Se Shakespeare primou por um verso ágil, próprio tanto para situações solenes quanto para piadas de duplo sentido, Milton sempre se destacou por seu classicismo: estilo nobre, sóbrio, repleto de latinismos.
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Poeta poliglota, Milton também escreveu em latim, em grego antigo e em italiano, mas é em seu monumental PARAÍSO PERDIDO que atingiu o ápice de sua arte. Composto primeiramente em dez livros e publicado em 1667, o poeta revisou sua obra para que pudesse constar de doze livros, assim como a Eneida – e não seria exagero dizer que John Milton pode ser considerado o “Virgílio Inglês”.
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Essa obra-prima certamente não pode faltar na sua biblioteca de clássicos que ficarão de herança!
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Edição ricamente anotada com mais de 950 notas, vem acompanhada, ainda, de um marcador de páginas e um livreto com 74 ilustrações para o Paraíso Perdido, por Sir John Baptist Medina, William Blake e Gustave Doré.

3. Embebido em teu canto majestoso,
Filho eu da terra, ousei, por ti guiado,
Entrar no Céu dos Céus e éter divino
Haurir nas fontes que me deste francas
.
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John Milton foi uma grande personalidade política de seu tempo, tendo ocupado altos cargos e defendido seu republicanismo em diversas ocasiões em ardentes panfletos. Viu a guerra civil, a proclamação da república, a restauração da monarquia, e nunca foi um personagem inerte. Contudo, aquilo que realmente lhe consumiu o pensamento foi sua arte e as questões eternas e universais.
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Milton gestou seu poema PARAÍSO PERDIDO por cerca de 30 anos. Concebido nos anos 1640 como uma tragédia, só em 1674, ano da morte do poeta, sua obra tomou forma definitiva, como poema virgiliano.
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Se é verdade que o poeta se dedicou muito às questões passageiras de seu tempo, ele tampouco deixou de meditar as causas primeiras do mal no mundo e o destino final da humanidade. Ousou, em suas palavras, “entrar no Céu dos Céus”, ainda que homem, ainda que sujeito à transitoriedade da vida.

4. Assim como John Milton, António José de Lima Leitão (1787-1856) também era um homem de fortes convicções políticas. Nascido em Lagos, Portugal, lutou quando jovem no exército imperial de Napoleão: fato que determinou em grande parte os rumos de sua vida.
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Formou-se em medicina em Paris e, tendo Napoleão deixado o jogo político, retornou a Portugal, onde foi recebido como traidor da pátria. Começa então o período em que percorrerá quase toda a extensão do império português: parte para o Rio de Janeiro, onde se encontrava a Corte; recebe o posto de médico em Moçambique; depois retorna para o Rio e de lá parte para Goa, na Índia, onde terá grande influência política, tendo sido um ardente defensor da Revolução Liberal do Porto nas colônias orientais.
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Feita a Revolução, que teve como consequência, entre outras, a independência do Brasil, Lima Leitão se estabelece em Lisboa, onde continuará a desempenhar importante papel na política enquanto continua a exercer seu mister de médico.
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Foi esse homem ativo, que viveu em quatro continentes e que, assim como Milton, granjeou muitos inimigos ao longo da vida, o autor da versão clássica de PARAÍSO PERDIDO em nossa língua, e que os assinantes do Clube de Literatura Clássica receberam em casa em 2020.

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