Coagido por seu pai a seguir carreira jurídica, Júlio Verne não conhecia meio que lhe garantisse segurança financeira e tempo livre para evoluir como escritor. Ao mesmo tempo, crescia sua paixão pela literatura, sobretudo por Victor Hugo, autor que lia, relia e recitava de cor.
Em 1850, Júlio passou a frequentar o círculo literário de Alexandre Dumas pai. Surgiu daí uma amizade com Dumas filho, a quem Verne mostrou o manuscrito da peça Les Pailles Rompues, drama romântico à moda de Victor Hugo.
Pai e filho corrigiram o texto e garantiram que a peça fosse montada no Teatro-Lírico, casa de espetáculos mais célebre da época. A produção não fez sucesso, mas apresentou Júlio Verne à cena literária parisiense e criou uma grande amizade entre o escritor e os Dumas. O romance Mathias Sandorf, de 1885, foi dedicado ao autor de O Conde de Monte Cristo. Dumas filho, por sua vez, trocou cartas com Verne por toda a vida, além de ser um grande defensor do ingresso do pai da ficção científica na Academia Francesa.