Conheça um recurso explorado pelos grandes autores e que amedronta os leitores
Segundo o crítico literário Alfredo Leme de Coelho Carvalho, em “Foco narrativo e fluxo da consciência” (1981), tal técnica é um método da ficção no qual a consciência de um ou mais personagens é apresentada de maneira exata, sem depuração ou análise.
Este método narrativo, descrito pela primeira vez pelo filósofo William James, em 1890, terminou sendo basilar à literatura moderna, nas primeiras décadas do Século XX, em autores como James Joyce, Marcel Proust e Virginia Woolf.
Ele é uma radicalização do monólogo interior, uma das técnicas de reprodução dos mecanismos do pensamento dos personagens (ou narradores) na ficção, cuja popularização se deu com Jane Austen — em “Orgulho e Preconceito”, por exemplo — no início do século XIX. No entanto, ao contrário do monólogo interior, no qual as ideias são expostas de forma ordenada, a livre expressão do fluxo de consciência se caracteriza pela forma errante e desordenada.
Os pensamentos das personagens fluem livremente na narrativa. Fluem de uma forma desordenada, mas não fragmentária: o estado de consciência se caracteriza por ser um fluxo contínuo.
Essa técnica foi explorada por muitos escritores, que buscavam, principalmente, a profundidade psicológica, a exploração da sensibilidade e a recuperação das memórias.