A fama coloca muitas armadilhas no caminho do artista: rivalidades entre pares, bajulação dos fãs, ambição pela conquista de prêmios, envaidecimento pelas palavras da crítica, perseguição pelos holofotes da mídia.
Para fugir dessas tentações, muitos escritores decidem viver como verdadeiros ermitões, distantes de tudo e todos, com a convivência restrita a familiares e amigos próximos.
Assim aconteceu com Tolstói: o russo acreditava que a literatura deveria ser um verdadeiro serviço de amor ao próximo e, para manter-se concentrado nessa crença, distanciou-se dos meios literários de Moscou e São Petersburgo.
Trouxemos aqui mais alguns autores de clássicos que, por diversos motivos, decidiram viver distanciados dos holofotes e acabaram criando em torno de si auras de mistério e controvérsia:
Emily Dickinson
A poetisa americana Emily Dickinson (1813–1886) vivia isolada, utilizava vestes brancas, evitava receber visitas e era considerada excêntrica pelos vizinhos.
Liev Tolstói
Autor de Anna Karênina, Liev Tolstói (1828–1910) tentou viver com um camponês, desenvolveu uma religiosidade muito particular e evitava círculos literários.
Samuel Beckett
Tamanha era a aversão do dramaturgo irlandês, Samuel Beckett (1906–1989), a eventos públicos que ele recusou-se até a ir à Suécia receber o Prêmio Nobel de literatura.
J. D. Sallinger
Após o sucesso de O apanhador no campo de centeio, Sallinger (1919–2010) recusou-se a conceder entrevistas e evitou aparições públicas.
Rubem Fonseca
Durante quase cinco décadas de carreira literária, Rubem Fonseca (1925–2020) deu poucas entrevistas e raramente apareceu em eventos.
Thomas Pynchon
Considerado desde o anos 1970 um dos maiores expoentes da literatura americana, Pynchon (1937–) sempre evitou fãs e jornalistas.