O famoso escritor de aventura Júlio Verne, autor homenageado pelo Clube no mês de junho de 2021, teve, durante toda sua carreira, uma vida serena, avessa a agitações e plenamente dedicada à construção de sua extensa obra.
Daniel Defoe (1660 – 1739) não gozou da mesma tranquilidade, mas engendrou um edifício literário tão amplo quanto o do autor francês: mais de 500 obras são atribuídas ao inglês, que vão de poemas satíricos a tratados religiosos.
Filho de burgueses e membro de uma família de dissidentes da Igreja Anglicana, Defoe recebeu educação clássica e durante a juventude dedicou-se ao comércio de lã, vinho e tabaco. Graças ao sucesso das empreitadas, favorecidas pelo crescendo da Revolução Industrial, o escritor alcançou boa reputação entre a nobreza e logo tomou parte em disputas políticas.
Por meio de inúmeros panfletos e artigos jornalísticos, no mais das vezes publicados sob pseudônimos por receio de retaliações, Defoe defendia os projetos de aliados e expunha suas próprias ideias quanto à solução dos problemas religiosos e econômicos da Inglaterra. Além de pôr a pena a serviço da política, o escritor chegou a arriscar a vida em missões de espionagem e contrainformação.
Defoe padeceu prisões, multas e humilhações trazidas pela atuação na vida pública, e ainda experimentou outros infortúnios. Quando contava 5 anos, sobreviveu à Grande Peste e ao Grande Incêndio de Londres, e em 1703 testemunhou um ciclone que devastou a cidade. Como não bastasse, o escritor tornou-se órfão de mãe na infância e viu negócios falirem, por interferência de inimigos políticos ou por suas próprias falhas, um ror de vezes.
Em 1719, já maduro e experimentado, publicou Robinson Crusoe, divisor de águas na história da literatura inglesa. Moll Flanders veio a público em 1722 e foi a consagração definitiva do escritor como clássico universal. No mesmo ano lançou UM DIÁRIO DO ANO DA PESTE, obra que o Clube de Literatura Clássica trouxe a seus assinantes.
Aos 71 anos Defoe faleceu de causas naturais. O escritor foi sepultado nos arredores de Londres, no cemitério de Bunhill Fields, onde, em 1870, foi erigido um monumento em sua homenagem.