Júlio Verne é um grande artista, que teve o mérito de trazer à literatura o espírito de sua época sem deixar de entreter seus leitores.
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Nascido em Nantes, em 8 de fevereiro de 1828, Júlio era filho de Pierre Verne, advogado bem-sucedido, e Sophie Allote, herdeira de uma família de navegantes. O escritor foi educado em tradicionais seminários e liceus da sua região, onde foi aluno mediano. Terminados os estudos regulares, foi, a mando do pai, estudar Direito em Paris.
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Na capital, seu entusiasmo pela carreira jurídica diminuía à medida que aumentava sua convivência com os círculos literários parisienses. Inspirado pela leitura de escritores clássicos e românticos, Verne compôs peças teatrais, poemas e contos que já davam sinais do gênio que viria à luz dali alguns anos. Seus trabalhos, porém, tiveram pequena repercussão.
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Em janeiro de 1857, contrariando o pai, Verne casou-se com Honorine de Viane, viúva e mãe de duas meninas. Júlio passou, então, a trabalhar como corretor da bolsa de valores.
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Em 1862, Félix Nadar, entusiasta do balonismo então nascente e amigo de Verne, apresenta o escritor ao consagrado editor Pierre-Jules Hetzel. Este lê os manuscritos de Verne e lhe oferece um contrato vultuoso, com a obrigação de entregar ao menos dois romances por ano. Verne cumpriu o contrato à risca até sua morte e, para fazê-lo, abandonou a sociedade parisiense para refugiar-se no interior e seguir uma rigorosa rotina de trabalho.
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Publicadas primeiramente como folhetins na “Magasin d’éducation et de récréation”, as “Viagens Extraordinárias” foram um sucesso absoluto, e nelas Verne pôde conjugar sua crescente paixão pela literatura com o gosto, que trazia desde a infância, por inovações científicas e viagens aventurecas.
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A publicação do Clube de Literatura Clássica de “A VOLTA AO MUNDO EM OITENTA DIAS”, obra-prima da imensa criação de Júlio Verne, vem em edição bilíngue, na tradução clásica de Teotonio Simões.